A minha avó nasceu numa aldeia pequenina e o cenário da sua vida levantou-se numa área de não mais de 100.000 km2. A minha avó sabia que o mundo era grande, porque algumas pessoas iam para um sitio que se chamava estrangeiro e demoravam muito tempo a regressar. Nesse tempo as viagens eram verdadeiras aventuras, requeriam vários dias de preparação e muitas decisões. Viajar era algo realmente importante e por isso frequentemente se vestiam roupas boas para essa ocasião.
O tempo passou depressa... e o mundo encolheu!
Agora as viagens fazem-se de fato de treino, vive-se em áreas de vários milhões de quilómetros e o estrangeiro está aqui ao lado.
Hoje quando digo à minha avó que vou de viagem ela pergunta-me se janto em casa. Ha duas semanas fiz uma viagem “normal”. Passei por 3 aeroportos, falei 3 linguas diferentes, comprei com 2 tipos de moeda e estava a jantar em casa.
Sem dúvida este mundo pequenino permite-nos aprender mais depressa. Este movimento continuo de pessoas torna o mundo mais homogéneo. Cada vez somos mais de uma só cor, formada por todas as cores existentes. A tonalidade é magnifica.
Desejo que o mundo continue a encolher, que na máquina de lavar da Humanidade exista muita agua quente capaz de reduzir distancias, capaz de expandir as mentes. Ver e sentir é o primeiro passo para compreender. Tenho a certeza que um avião ou um comboio não transporta só pessoas, com elas vai a essência de um país, de uma região que respira melhor em atmosferas plurais.
Sem comentários:
Enviar um comentário